terça-feira, 10 de julho de 2007

Mitos do desenvolvimento local

Veja em "Carta Rede Social 125" (23/11/06) de Augusto de Franco
http://augustodefranco.locaweb.com.br/index.php

"..Todas as práticas de desenvolvimento local são boas, desde que contem com o essencial: articulem e animem redes sociais e favoreçam a democracia na base da sociedade, no quotidiano do cidadão. Rede e democracia: para quem quer promover o desenvolvimento por meio do investimento em capital social, aqui se resume tudo!.."

Os textos do Augusto de Franco são leituras e reflexões obrigatórias para quem está inserido em um processo de criação de Agência de Desenvolvimento Local. Todos os atores envolvidos na criação da ADRAT - Agência de Desenvolvimento Regional do Alto Tietê tem nestes textos diversos subsídios para fazer desta ADR um exemplo de participação democrática e desenvolvimento social do Alto Tietê.
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Mitos do Desenvolvimento Local:
"... À luz das recentes reflexões sobre a rede social, vou tratar hoje de um assunto que já mencionei, algumas vezes, em cartas anteriores e que, de certo modo, também tem a ver com as duas últimas ‘Cartas Rede Social’. Trata-se do ‘mito das melhores práticas’ (as chamadas “best practices” e o“benchmarking”), sobretudo quando aplicado ao desenvolvimento local e de alguns outros mitos acompanhantes: o da ‘melhor metodologia’ ou da ‘tecnologia social milagrosa’ e o do ‘resultado imediato e concreto do processo de indução’ ao desenvolvimento. É claro que esses mitos não esgotam toda a mitologia que se criou em torno do desenvolvimento local, pois que ainda temos, pelo menos, por um lado, o velho ‘mito da política pública’ e, por outro, o velhíssimo ‘mito da determinação econômica’.

Tenho afirmado freqüentemente que o papel dos agentes de desenvolvimento local é mais não-fazer do que fazer alguma coisa. É mais deixar fluir do que criar estações na caminhada, filtros e tantos outros impedimentos ao funcionamento daquilo que chamei (na ‘Carta Rede Social 123’) de “rede-mãe” (aquela que existe em qualquer sociedade, independentemente de nossos esforços organizativos). Em relação a isso nossa atitude deve ser meio zen, mais ou menos na linha do que dizia o monge Bokuju: “Enquanto caminho, eu caminho... Seja lá o que ocorrer, deixo ocorrer. Nunca interfiro”.

Deixar a comunidade caminhar (e caminhar com ela) ou, em outras palavras - deixar que ela possa aprender (e aprender com ela) - é a atitude, democrática, mais compatível com a indução do desenvolvimento local se quisermos nos sintonizar com a “rede-mãe”. Esse “deixar aprender” é, de certo modo, a essência da democracia. E democracia é, para usar uma imagem orgânica, o “metabolismo” próprio da rede (e me refiro aqui à rede distribuída)...
"( continua em
http://augustodefranco.locaweb.com.br/index.php )

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