Susana Sarmiento - http://www.setor3.com.br/ 23/06/2005
Como as empresas podem cooperar com outros atores? Esta foi o principal questionamento que norteou o painel temático "Cooperação Intersetorial para o desenvolvimento local", na Conferência Internacional 2006- Empresas e Responsabilidade Social, do Instituto Ethos. Alguns especialistas de geração de renda apresentaram o Grupo de Ação Solidária no Nordeste Brasileiro, um projeto com objetivo de geração de renda e trabalho.
Este grupo é composto por instituições como Fundação Banco do Brasil (FBB), Interchurch Organization for Development Cooperation (ICCO), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Avina Brasil Nordeste, Agência de Desenvolvimento Solidário da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho Escravo (Unitrabalho) e Instituto Ethos.
Paulo Itacarambi, presidente-executivo do Instituto Ethos, explicou o início deste grupo, seus objetivos, agenda e resultados para o público interessado em trabalhos de geração de renda por meio da economia solidária. Em 2003, houve o Seminário de Responsabilidade Social e Pobreza, promovido pelo Ethos, ICCO e Unitrabalho. Notou-se a necessidade de cooperação multisetorial.
Estas instituições possuíam objetivos comuns como articular ações para diminuir a pobreza do Brasil através de iniciativas concretas já estabelecidas. Tem como diretrizes a criação de alternativas com foco no desenvolvimento econômico sustentável e justa, iniciativas de geração de renda. "Pretendemos atingir este projeto de forma multisetorial e que seu aprendizado seja amplamente divulgado", almeja.
Além de estabelecer algumas diretrizes, o grupo de instituições estabeleceu uma agenda 2006/2007, em que marcaram o Encontro Internacional do Nordeste do Brasil para estimularem a atuação do conjunto de três cadeias produtivas (têxtil, mel e resíduos sólidos). Este fundo também criou o Fundo de Capital Solidário (FCS), uma nova fonte de financiamento para associações e cooperativas.
No Encontro Internacional do Nordeste do Brasil 2006, o grupo se reuniu e após os debates decidiram incentivar a integração das ações do mercado com economia solidária. Com objetivo de aplicar ações de combate àdesigualdade social, as instituições envolvidas no grupo decidiram promover a aproximação entre diferentes organismos com experiências de cooperação em cadeias produtivas da economia solidária.
As instituições do grupo do Fundo perceberam desafios para desenvolverem empreendimentos de economia solidária como, por exemplo, a dificuldade de comercialização, o capital de giro, as políticas públicas, a organização e a infra-estrutura, a governança da cadeia produtiva, a capacitação, a assistência técnica, a pesquisa e o desenvolvimento.
Paulo Itacarambi ressaltou a necessidade da ampliação do consumo consciente dos produtos dessas cadeias. Como, por exemplo, o mel é ainda utilizado como remédio e não como um alimento comum.
Nilson Tadashi Oda, assessor da Agência de Desenvolvimento Solidário da CUT, citou uma pesquisa da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, que detectou 15 mil empreendimentos solidários responsáveis por seis bilhões de reais por ano. Cerca de mil empreendimentos são considerados cooperativas auto-sustentáveis, que formam uma base importante nas cadeias produtivas.
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